Powered By Blogger

sábado, 16 de julho de 2011

Peles: Luxo ou Lixo?

Você é a favor do uso das peles ou de sintéticos na moda? Para muitos, a utilização da pele dos animais em roupas e acessórios é sinônimo de luxo. Este comportamento encontra-se na contra-mão da grande bandeira que se levanta no mundo inteiro: a preservação do planeta - da flora e da fauna.
Por que motivos ainda existem pessoas ditas “esclarecidas e civilizadas” que preferem exercer o seu desejo de ostentar uma pele de onça, coelho ou raposa (para citar alguns exemplos) em seu corpo?
Ao analisarmos os primórdios da humanidade percebemos que a pele de animais foi utilizada para a proteção do corpo às adversidades climáticas. O seu uso, com o desenvolvimento de técnicas de tear, foi sendo diminuído através dos séculos. Estudos sobre tribos aborígines, inclusive de nossa história recente, como por exemplo na Papua Nova Guiné, revelam que o uso das peles é recorrente porque o seu povo acredita que, utilizando as partes dos animais em seus corpos, o indivíduo incorpora certas características do animal morto.

A grande estilista Carolina Herrera, já defendeu publicamente o uso das peles justificando que ela é importante para nos aquecer em invernos rigorosos. Obviamente ela foi veementemente atacada por ativistas. Anna Wintour, a grande “musa inspiradora” do livro O Diabo Veste Prada, grande nome da revista Vogue americana, é constantemente atacada na mídia por ativistas devido a ela admitir ser fascinada por peles de animais. Ela não se intimida com as críticas e usa suas peles sempre que deseja. Em 2005, na França, enquanto ela se dirigia a um desfile da Chloé, levou uma torta na cara de um dos integrantes do PETA ( People for the Ethical Treatment of Animals).
Outro grande nome da moda, o estilista Karl Lagerfeld, foi alvo de críticas do PETA quando admitiu publicamente, em fevereiro de 2009, que defende o uso de peles na indústria da moda, justificando o sustento de caçadores, e afirmando que se “essas feras” pudessem, nos devorariam. O PETA descreveu o estilista como um dinossauro fashionista, e como resposta afirmou que a minoria das peles comercializadas vem da caça, e que a maioria vem de uma fazenda na China, onde não há qualquer tipo de lei que proteja os animais. No caso da declaração de Lagerfeld notamos um fato curioso, podendo ser até considerado um paradoxo, quando ele mesmo diz não usar peles e nem ao menos comer carnes.
Todos sabemos da crueldade a que os animais são submetidos para se transformarem em peças “luxuosas”. A pele de alguns animais é retirada quando eles ainda estão vivos para que não sejam perdidas as suas qualidade e propriedades.

Diante deste quadro, ao meu ver triste e dotado de grande crueldade, o que se pode concluir? A mim parece haver uma resposta bastante lógica: não usemos peles de animais na indústria da moda, mas sim imitações sintéticas.
Mas se a pele continua sendo utilizada, esta resposta aparentemente óbvia na verdade não o é. Todos esses grandes nomes do mundo fashion citados acima, que assumem a quem quer que seja, defender o uso da pele, continuam sendo glamourosos. Ninguém pode negar a grande importância destes ícones, já cravada na história da moda. Eles admitem, não se escondem. A questão é: estas pessoas realmente precisam da pele dos animais para representar o glamour? Qual a verdadeira importância dos animais para a maioria da população? Não seriam estes acontecimentos os que fazem muitas pessoas considerarem a moda como algo fútil? Acredito, ao ver ainda hoje nas grandes revistas de moda o anúncio e divulgação das peles, que isto seja um retrocesso. O meu voto é para o luxo dos sintéticos.